Mais de 11 mil casos são registrados em 22 estados de febre oropouche

Até o momento, quatro óbitos confirmados

Mosquito que transmite a febre oropouche — Foto: Divulgação/Fiocruz

Até o momento, foram confirmados quatro óbitos associados ao vírus, e outros quatro permanecem em investigação, segundo Ministério da Saúde.

O Brasil tem enfrentado um aumento significativo nos casos de febre oropouche desde 2023, com mais de 11 mil registros confirmados até a 50ª semana epidemiológica. A doença, que já alcançou 22 estados, se tornou uma preocupação nacional, enquanto Rio Grande do Norte, Goiás, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul, só tiveram casos importados.

Segundo o Ministério da Saúde, até o momento, foram confirmados quatro óbitos associados ao vírus, e outros quatro permanecem em investigação. Também foram confirmados cinco casos de transmissão vertical, sendo quatro óbitos fetais e um por anomalia congênita, 24 casos de transmissão vertical seguem em investigação, sendo 20 óbitos fetais e quatro anomalias congênitas.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destacou a situação do Espírito Santo, que nas últimas quatro semanas concentrou 98,7% dos casos de Oropouche registrados no Brasil. “O Espírito Santo adotou uma forte vigilância, aumentando a testagem de amostras negativas para dengue, Zika e chikungunya, o que tem permitido diagnósticos mais precisos. Essa abordagem serve como modelo para outros estados, considerando que cerca de 40% dos casos prováveis de arboviroses no Brasil testam negativo para essas doenças, o que indica a possível presença de outros patógenos”, explicou Maciel, durante a 12ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), realizada no último dia 19.

A febre oropouche é uma infecção causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. A principal disseminação ocorre na região amazônica.

Nos locais silvestres, outros insetos que também podem disseminar o patógeno são o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus. Já em áreas urbanas, onde a circulação do vírus é menos comum, o mosquito Culex quinquefasciatus atua como um vetor.

Reprodução Google

Sintomas

A infecção pelo vírus Oropouche provoca sintomas como febre, dor de cabeça prolongada e intensa, dor muscular e nas articulações. Também podem ocorrer tontura, dor nos olhos, calafrios, sensibilidade à luz, náuseas e vômitos.

Em casos mais graves, podem surgir sangramentos e problemas no sistema nervoso. Os sintomas costumam durar de 2 a 7 dias, mas em algumas pessoas podem ser mais intensos. Embora alguns sintomas sejam semelhantes aos da dengue, o tratamento deve ser avaliado de acordo com cada caso, pois a doença ainda está sendo melhor compreendida.

Prevenção e medidas de controle

A prevenção e o controle são essenciais para minimizar o risco de exposição ao vírus Oropouche, especialmente em áreas com presença do transmissor. Confira as principais recomendações para proteção individual, manejo ambiental e precauções adicionais, com foco em grupos vulneráveis, como gestantes:

  • Roupas protetoras: utilize calças, camisas de mangas longas, meias e sapatos fechados para cobrir áreas expostas do corpo.
  • Evitar exposição ao transmissor: reduza o contato com os maruins, que têm maior atividade ao amanhecer e no final da tarde.
  • Uso de telas e mosquiteiros: instale telas de malha fina (com gramatura inferior a 1,5mm) nas janelas e mosquiteiros para bloquear a passagem do vetor.
  • Repelentes: embora a eficácia contra maruins não tenha comprovação, o uso de repelentes é recomendado para proteção contra outros insetos, como Culex e Aedes aegypti.
  • Manejo ambiental: a principal medida de controle é a manutenção do ambiente limpo, evitando o acúmulo de material orgânico, como folhas e frutos de plantas.
  • Cuidados com gestantes: As grávidas devem evitar atividades que envolvam risco de exposição ao vetor, como a limpeza de quintais.

Fonte O Globo

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