Após morte de miliciano na zona oeste, 35 ônibus são queimados no Rio de Janeiro
Zinho, foi morto durante confronto com policiais.
Represália à morte de Matheus da Silva Rezende (o Faustão) tem dezenas de ônibus queimados na Zona oeste do Rio.
Pelo menos 35 ônibus foram incendiados nesta segunda-feira, 23 de outubro, na zona oeste do Rio de Janeiro depois de uma operação policial que resultou na morte do sobrinho de um miliciano que atua na região. Até o início da noite, não havia confirmação de pessoas feridas ou mortas nos ataques.
Segundo a Polícia Civil, os ataques foram praticados por um grupo de milicianos em represália à morte de Matheus da Silva Resende, de 24 anos, vice-líder da quadrilha. Ele morreu horas antes durante um confronto com policiais civis numa favela de Santa Cruz, bairro da zona oeste.
Conhecido como Teteu ou Faustão, Resende era sobrinho de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que desde 2021 é o líder do principal grupo miliciano que atua no Rio. Faustão, era o segundo na hierarquia do grupo, segundo a polícia.
Após os ataques, a Prefeitura do Rio anunciou a suspensão das aulas nas escolas da rede municipal de ensino da cidade. A informação foi confirmada nas redes sociais pelo secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha. “Nossas equipes estão acompanhando de perto para minimizar os danos dessa guerra na vida do carioca, em especial nossos alunos e profissionais”, escreveu o titular da pasta.
As ocorrências fizeram o município entrar em estágio de mobilização, segundo o Centro de Operações da Prefeitura. De acordo com o órgão, o estágio de mobilização “é o segundo nível em uma escala de cinco e significa que há riscos de ocorrências de alto impacto na cidade”. departamento acrescenta que “há possibilidade de nova mudança de estágio” devido a outros fatores.
Em publicações numa rede social, o governador Cláudio Castro (PL) celebrou a operação após o episódio com os ônibus e disse “o crime organizado que não ouse desafiar o poder do Estado”.
Os veículos incendiados afetam a circulação na zona oeste, região mais populosa da capital. Segundo a MobiRio, as linhas do corredor Transoeste estão interrompidas por questão de segurança pública.
Segundo Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus, o episódio evidencia “a inação do Estado diante desses episódios de violência extrema, e que o direito de ir e vir do cidadão é esquecido. O Rio Ônibus mais uma vez repudia com veemência o ocorrido, e apela às autoridades públicas para que tomem uma providência com urgência. É preciso dar um basta nessa situação”.
Para Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio, os responsáveis pelos incêndios, além de bandidos, são burros.
“Quando o sujeito além de bandido é burro. Milicianos na Zona Oeste queimam ônibus públicos pagos com dinheiro do povo para protestar contra operação policial. Quem paga é o povo trabalhador. E para piorar, tivemos que interromper serviços de transporte na Zona Oeste para que não queimem mais ônibus”, afirmou Paes.
“Ou seja, únicos prejudicados: moradores das áreas que eles dizem proteger! Essa gente precisa de uma resposta muito firme das forças policiais! Como prefeito, apelo ao Governo do Estado e ao Ministério da Justiça para que atuem para impedir que fatos assim se repitam”, prosseguiu.