Léa Garcia morre aos 90 anos de infarto em Gramado
Informação foi confirmada pelo filho e empresário de Léa.
Morreu a atriz Léa Garcia, que seria homenageada com o Troféu Oscarito nesta terça-feira (15) durante a 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado na Serra do Rio Grande do Sul. O anúncio da morte foi feito em uma publicação no seu perfil oficial da artista no Instagram. (Veja abaixo)
De acordo com o filho e empresário de Léa, Marcelo Garcia, a atriz teve um infarto. Ela chegou a ser encaminhada para o Hospital Arcanjo São Miguel.
Léa Garcia estava com 90 anos e contabilizava mais de 100 produções no currículo, incluindo cinema, teatro e televisão. Ela já conquistou quatro Kikitos, com “Filhas do Vento”, “Hoje tem Ragu” e “Acalanto”.
Léa consolidou uma carreira de papéis marcantes em produções como “Selva de Pedra”, “Escrava Isaura”, “Xica da Silva” e “O Clone”. Ela foi peça fundamental na quebra da barreira dos personagens até então destinados a atrizes negras.
“Quando eu estava começando no mundo das artes ela já brilhava nas telonas. Léa Garcia é uma inspiração. Doce, gentil, talentosa, uma estrela, uma pérola. Precisamos reverenciá-la todos os dias”, afirmou a atriz Zezé Motta, que também recebeu o Troféu Oscarito, em 2007.
A tradicional honraria é concedida desde 1990.
Léa nasceu no Rio de Janeiro em 1933. Se interessou pelas artes cênicas por influência do dramaturgo e ativista social Abdias do Nascimento, que a convenceu a subir ao palco do Teatro Experimental do Negro na peça Rapsódia Negra (1952).
Ela fez sua estreia na televisão no Grande Teatro da TV Tupi ainda na década de 50. Foi para a Globo em 1970 na novela Assim na Terra como no Céu, na qual interpretou Dalva, a empregada do personagem de Jardel Filho. Em 1972, participou do primeiro programa gravado inteiramente em cores no Brasil: um episódio de Caso Especial chamado Meu Primeiro Baile.
Em 1976, Léa interpretou sua primeira vilã em Escrava Isaura. O papel de Rosa fez Léa ser reconhecida pelo público, mas também lhe rendeu problemas: a atriz chegou a sofrer violência física de telespectadores que odiavam a personagem.
“Escrava Isaura é o meu cartão de visitas. Tive muitas dificuldades em fazer cenas de maldade com a Lucélia Santos. Eu me lembro de uma cena em que, quando a Rosa acabou de fazer todas as perversidades com a Isaura, eu tive uma crise se choro, me pegou muito forte. Chorei muito, não com pena, mas porque me tocou.” Léa Garcia no Memória Globo
Fonte G1e Uol