Flamengo tenta convencer Tite a assumir o time ainda este ano
Clube chegará a R$ 50 milhões em indenização.
A diretoria do Flamengo já decidiu que o gaúcho Adenor Leonardo Bacchi, o Tite, será o próximo comandante do time. As negociações evoluíram nas últimas horas e o treinador já interrompeu o período de descanso no Rio Grande do Sul e retornou para sua residência no Rio de Janeiro.
A questão agora é convencer o ex-treinador da seleção brasileira nas duas últimas Copas do Mundo a assumir o cargo ainda este ano. Tite havia garantido em diversas entrevistas que só interromperia o período de remanso este ano em caso de proposta de clubes europeus.
O Flamengo, no entanto, tem pressa: o time que enfrenta o Bahia, sábado, 30 de setembro, no Maracanã, é o sétimo colocado no Brasileiro, dois pontos à frente do Fortaleza, o oitavo, e três de vantagem para o Atlético-MG, que é o nono.
Pior: depois do confronto com os baianos, o Flamengo fará dois jogos como visitante, contra Corinthians e Cruzeiro, antes do clássico com o Vasco. A sequência terá ainda jogos contra Grêmio, Bragantino, Santos, Fortaleza, Palmeiras e Fluminense.
A demissão de Sampaoli só deverá ser oficializada na segunda-feira, 2 de outubro. Como o treinador não abre mão de sua multa rescisória e não há um nome confiável para dirigir o time no jogo de sábado, o clube aguardará a virada do mês para reduzir um pouco mais o valor da indenização.
O certo é que o dinheiro pago ao treinador argentino elevará para algo próximo a R$ 50 milhões o valor empenhado nos últimos 39 meses só com indenizações de técnicos dispensados com contrato em vigor. Mais precisamente, a partir da saída de Jorge Jesus, em junho de 2020.
Em média, o montante supera o milhão de reais por mês, o que poderia até ser o pagamento de salários de dois bons jogadores em três anos de contrato. Depois de JJ, o Flamengo já teve sete técnicos: Domenèc, Ceni, Renato, Paulo Sousa, Dorival, Vítor Pereira e o próprio Sampaoli.
Coincidentemente (talvez) os brasileiros Ceni e Dorival foram os únicos que conseguiram um título. A pergunta que não cala é a seguinte: se o clube tem o hábito de trocar de treinador a cada cinco meses, por que fazer contratos de dois anos, com multas milionárias, como no caso do técnico atual?