Câmara e Senado elegem novos presidentes neste sábado,1º
Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) os favoritos
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A Câmara dos Deputados e o Senado Federal elegem, neste sábado, seus novos presidentes. Hugo Motta (Republicanos-PB), na Câmara, e Davi Alcolumbre (União-AP), no Senado, são franco favoritos para as vagas atualmente de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente. Cada disputa, no entanto, conta ao todo com três nomes.
Neste sábado, 1º de fevereiro, encerra-se o período de recesso legislativo, que se estendeu por dezembro e janeiro. Quando isso ocorre fora de um dia útil, usualmente a primeira sessão do ano acaba postergada — na Câmara, por exemplo, chegou a se trabalhar com a possibilidade de que a eleição da Mesa Diretora acontecesse na segunda-feira, dia 3.
No início de janeiro, porém, Lira optou por marcar a sessão que deliberará sobre o tema para o próprio sábado. Como se noticiou à época, a escolha se deu para que a definição se desse no mesmo dia que a do Senado, que já havia agendado anteriormente sua eleição.
Assim, os senadores escolherão seus próximos presidente, vice-presidentes, secretários e presidentes de comissões a partir das 10h. Já a deliberação na Câmara, envolvendo postos equivalentes, está marcada para começar às 16h.
A permanência nos cargos é de dois anos. Os novos presidentes permanecerão comandando cada Casa até o início de 2027, portanto.
Para ser eleito, o candidato precisa da maioria absoluta dos votos na primeira votação (pelo menos 257 votos, no caso da Câmara, e 41 votos no Senado). Caso isso não ocorra, os dois mais votados enfrentam-se em um segundo turno.
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Nas duas Casas, a Mesa Diretora é composta pela presidência (um presidente e dois vices) e pela secretaria (quatro secretários e quatro suplentes), todos definidos neste sábado. A Mesa Diretora é responsável pela direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos.
Câmara
Apoiado por Lira, Hugo Motta recebeu o endosso de 17 partidos, que juntos somam mais de 480 deputados. Para vencer a disputa, é preciso mais da metade da casa, ou seja, 257 votos.
Motta tem ao seu lado os partidos à direita e ao centro, representados por PL, MDB, PP, Podemos, PSDB, Cidadania, PRD, PSD, União Brasil. Ele também angariou as siglas mais à esquerda, com o apoio do PT, PCdoB, PV, PDT, PSB, Solidariedade e Rede.
Dois partidos, contudo, resolveram lançar candidatos em oposição à hegemonia. O Novo formalizou a candidatura de Marcel van Hattem na última segunda-feira, última data possível para oficializar a postulação:
— Não estamos confortáveis com o fato de termos apenas duas candidaturas lançadas, uma do Centão e outra do PSOL. A oposição precisa ter uma opção pois entendo que não podemos ficar nas mãos dos mesmos grupos que têm dominado a Câmara e o Senado há tantos anos — disse o deputado do Novo.
Van Hattem se compromete com as pautas da oposição na Câmara, como o impeachment de Lula, a anistia às vítimas do 8 de janeiro e a baixa tributação.
Do lado oposto do espectro político, o PSOL lançou o Pastor Henrique Vieira com o mesmo discurso, mas de defesa aos ideais da esquerda. Quando formalizou sua candidatura, em novembro passado, ele afirmou que, se eleito, não haverá anistia para quem “tentou um golpe contra a democracia”. Segundo o parlamentar, Hugo Motta representa Lira e Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara que presidia a Casa durante o impeachment de Dilma Rousseff.
— Seria frustrante ter uma candidatura única do candidato do Arthur Lira e discípulo do Eduardo Cunha — afirmou, em coletiva.
Senado
No Senado, Alcolumbre também é apoiado pelo atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas enfrenta uma resistência isolada de lideranças da direita. Apesar de ter o apoio formal do PL, que negocia a primeira vice-presidência, o senador do União Brasil vai enfrentar o ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo de Jair Bolsonaro (PL), Marcos Pontes. Pontes ter se colocado à disposição do cargo irritou Bolsonaro, que o chamou de “ingrato”.
Em entrevista à Revista Oeste, na semana passada, o ex-presidente explicou que o partido não quer ter repetir o mesmo erro que cometeu em 2023, quando fracassou ao lançar Rogério Marinho. Sem compor com o presidente vencedor, o PL ficou sem espaço na mesa diretora.
— Eu, como presidente do Senado, quero trazer de volta o prestígio da Casa. Vou tomar providências como colocar os processos mais complicados em votação. O plenário é soberano. Outro ponto é ouvir mais a população. Então contem comigo, eu sou candidato — reforçou Pontes no último domingo.
Na mesma toada que Pontes, outro apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro resolveu se candidatar. Eduardo Girão, do Partido Novo, tem como campanha a promessa de que vai pautar pedidos de impeachment e a anistia para os réus dos ataques antidemocráticos do oito de janeiro. Segundo Girão, Alcolumbre decepcionou quando foi presidente do Senado entre 2019 e 2021:
— Ele apequenou o Senado permitindo uma invasão cada vez maior de competências por parte do Poder Judiciário, principalmente, gerando um caos institucional e levando o Brasil a insegurança jurídica — opinou.
O ex-aliado de Bolsonaro Marcos do Val também diz que terá no enfrentamento ao STF sua principal plataforma caso seja eleito presidente do Senado.
—Todos sabem da perseguição que venho enfrentando há dois anos, sendo o único senador que tem enfrentado o STF de frente e sozinho.
Já a senadora e ex-candidata à presidência Soraya Thronicke (Podemos-MS) anunciou sua candidatura na Casa na sexta-feira.
Fonte EXTRA