Botafogo: protagonista no Brasil e na América, confirma presença no maior jogo de sua história

Artur Jorge conduz alvinegro a final

Reprodução Google

Alvinegro vai a final inédita da Libertadores, após noite de turbulência e alívio contra o Peñarol.

Está aberta a contagem regressiva no Botafogo: faltam 30 dias para o maior jogo da história do clube. Não que o passaporte já não estivesse praticamente carimbado para a final da Libertadores, após a goleada sobre o Peñarol por 5 a 0 em casa. Só que era preciso fazer uma última conexão em Montevidéu para confirmar o confronto com o Atlético-MG, em Buenos Aires. Mesmo com a derrota por 3 a 1 ontem, o alvinegro ficou com o gosto de alívio, após superar uma forte turbulência em uma aventura que começou na fase pré do torneio, e agora está a um passo de se tornar o maior brilho da estrela solitária.

Como se desenha esta campanha iniciada em fevereiro, foi um capítulo repleto de percalços, aspecto peculiar desta competição que enche de obsessão todos os envolvidos. O atual time pode não ser o melhor já montado pelo clube, mas tem feito o alvinegro se reencontrar com o passado que rendeu a alcunha de “Glorioso”, prevalecendo entre os gigantes.

Cautela

No Estádio Centenario, entrou em campo vivendo o dilema de estar com a vaga encaminhada à final, mas ter grande quantidade de jogadores importantes pendurados. Prevaleceu o senso de proteção de Artur Jorge, que deixou no banco Luiz Henrique, Igor Jesus, Gregore e Alexander Barboza. Apenas John foi titular, assumindo o risco de virar desfalque com um cartão amarelo. Porém, foi Mateo Ponte que saiu do banco para terminar sendo expulso.

A qualidade do goleiro com a bola nos pés foi a característica que justificou essa escolha, mas ela foi pouco exigida, já que a configuração do time foi mexida demais, preço a se pagar para ter uma equipe inteira na final. Sem Almada titular no meio, Savarino foi deslocado para a ponta e quase não se apresentou. Ainda mais fora de rotação, Tchê Tchê estava desconectado, e as primeiras tentativas do alvinegro foram em bolas lançadas para Tiquinho, que não tem o mesmo vigor de outros tempos.

A prioridade desde os primeiros minutos, entretanto, foi proteger a vantagem, que era larga, mas todo cuidado é pouco. Ao mesmo tempo, foi um erro chamar demais um Peñarol muito inferior. Leo Fernández ficou a partida quase inteira sem receber combates à frente da área, e estava distribuindo passes com uma facilidade injustificável.

De tanto martelar, o time da casa encontrou um gol de maneira improvável, com Báez arriscando um chute de muito longe e acertando o ângulo. O grande lucro alvinegro foi escapar de, pelo menos, uma ou duas chances reais do adversário no restante dos 45 minutos iniciais. Apesar de todo ambiente efervescente nos dias anteriores à partida, o Peñarol quis jogar apenas futebol.

Veja fotos de uma noite de montagem de mosaico da torcida do Botafogo no Nilton Santos

No intervalo, o caminho se clareou quando o goleiro adversário Aguerre tentou provocar John, pisou em seu pé e acabou expulso. Com mais espaço em campo, Almada entrou para dar mais consciência ao meio. Em um de seus primeiros lances, fez um adversário cometer pênalti por mão na bola, mas o árbitro reverteu o lance após consultar o VAR.

O sinal de alerta voltou a se acender quando Báez ampliou. O Botafogo tem mais qualidade, mas passava por um teste de nervos. Colocado em campo no lugar de Vitinho, o uruguaio Ponte perdeu a cabeça e foi expulso após cometer falta dura.

Rivais pelo caminho

Mesmo assim, não era uma noite na qual o Botafogo flertaria com a tragédia. Inteiro em campo e explorando contra-ataques, encontraria o grito do alívio através de Marlon Freitas, um dos que teve atuação mais consciente. Primeiro, após ser lançado por Tiquinho, saiu de cara para De Amores, mas teve chute defendido. Aos 42 minutos, ao ter oportunidade igual, rolou para o lado e fez Almada escrever mais um capítulo histórico nesta edição.

Reprodução g1

O gol de Batista, na sequência da saída de bola, já não tinha mais poder de mudar nada. Conhecido pelo seu passado imponente, de nomes como Garrincha, Nilton Santos, Zagallo e Jairzinho, o Botafogo volta a ser protagonista no futebol brasileiro e sul-americano. Para chegar à sua primeira final de Libertadores, despachou Palmeiras, vencedor recente, São Paulo, campeão em momentos que o torneio se popularizou de vez no Brasil, e Peñarol, papa-títulos no século passado. Em final nacional inédita, terá a chance de entrar para o hall de detentores da glória eterna.

Fonte g1

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