Quer fazer intercâmbio? Veja como escolher o programa certo

Veja dicas para não gastar demais

Para especialistas, o primeiro passo para não gastar demais é fazer um planejamento detalhado. O ideal é começar a organizar as finanças 12 meses antes — Foto: Freepik

De acordo com entidade especializada em viagens, 85,7% dos estudantes brasileiros têm interesse em vivenciar a experiência fora do país. Confira diferentes formatos de programa oferecidos pelas agências.

Viver a experiência de um intercâmbio é o desejo da maioria dos jovens. De acordo com a Associação de Agências de Intercâmbio (Belta), 85,7% dos estudantes brasileiros manifestam interesse em ter essa vivência. Embora seja uma estratégia de investimento tanto pessoal quanto profissional, esse desejo pode esbarrar em obstáculos financeiros para muitos, especialmente no que diz respeito aos custos de acomodação e passagem aérea e à variação do câmbio.

Apesar da preocupação com os valores, especialistas consultados pelo EXTRA afirmam que o planejamento é a chave para não ter gastos acima do esperado durante o intercâmbio.

Alexandre Argenta, presidente da Belta, recomenda que o intercambista se organize financeiramente de seis meses a um ano antes da viagem. Ele ainda sugere outras estratégias importantes:

— Acompanhar a cotação do câmbio, optar por períodos fora da alta temporada e escolher modalidades de estudo que permitam também o trabalho temporário são alternativas viáveis. Vale a pena estudar e trabalhar, claro, se esse for o desejo do intercambista — orienta Argenta.

O produtor de eventos Rodrigo Abrantes, de 28 anos, realizou um intercâmbio na Austrália por cerca de seis meses. Ele começou a se preparar para a viagem um ano antes, economizando todo dinheiro possível, uma vez que alguns países exigem comprovação financeira. Para se manter no exterior, ele decidiu alinhar os estudos com o trabalho.

— Quando você não tem uma base financeira sólida, precisa trabalhar para se divertir e ajudar a cobrir todos os custos de moradia e alimentação no exterior — explica o jovem.

O produtor de eventos Rodrigo Abrantes, de 28 anos, fez intercâmbio na Austrália — Foto: Freepik

Glaucia Tabosa, diretora Intercultural da Legacy School, destaca que o custo do intercâmbio também depende da duração da estadia.

Ela acrescenta que, além das estratégias para se manter fora do país, hoje é possível encontrar diversas formas de pagamento disponíveis para quem deseja fazer uma viagem como essa, seja pelo tempo que for.

— Existem intercâmbios de todos os valores e com durações diferentes. É preciso pesquisar. Oferecemos opções de pagamento diferenciadas, incluindo parcerias, pagamento via boleto e cartão de crédito. Há diversos modelos de negociação — conclui Glaucia.

O destino e o custo da viagem

Como o trabalho é permitido apenas em intercâmbios de mais longa duração, uma alternativa para quem escolher períodos mais curtos é buscar destinos econômicos. Um intercâmbio para os Estados Unidos, por exemplo, pode ser até 32% mais caro do que para Malta (país entre a Sicília, na Itália, e a costa da África), segundo a agência de intercâmbio STB. Além disso, é possível ajustar os preços conforme as escolhas do intercambista.

— A opção de ficar em casa de família inclui almoço e jantar, o que reduz os custos. Existem acomodações com cozinha, permitindo que o aluno faça suas próprias refeições— diz Fabiana Matos, gerente dos programas de Language & Career do STB.

Reprodução Google

Se a pessoa não quiser abrir mão de países mais populares, ainda é possível economizar ao optar por cidades com custo de vida menor. Um curso de duas semanas em Berkeley, na Califórnia, com acomodação e café da manhã, custa US$ 1.425 na Agência CP4 Cursos no Exterior.

— O aluno precisa estar aberto a novos destinos e não escolher uma país porque está na “moda” — diz Ana Beatriz Faulhaber, diretora da CP4 Cursos no Exterior.

Estratégias na viagem

Além da escolha do destino e do tempo de planejamento, o custo do intercâmbio também será definido pelas decisões do intercambista, que vão desde o tipo de programa até pequenas escolhas durante a viagem.

A estudante Sofia Dias, de 16 anos, fez um intercâmbio de 15 dias em Oklahoma e Texas, nos Estados Unidos. Além de viajar para destinos menos visados, ela relata ter adotado algumas estratégias para economizar.

— Durante a viagem, optei por comprar alimentos no Walmart e em lojas mais econômicas — conta a jovem.

De acordo com Gláucia Tabosa, da Legacy School, para economizar, o aluno deve pesquisar sobre o destino para saber a média de dinheiro a ser separada para locomoção e alimentação, por exemplo. Um intercâmbio em Miami, nos Estados Unidos, por exemplo, tem um custo de vida mensal entre US$ 800 e US$ 1 mil em uma simulação de intercâmbio de seis semanas, com valor de US$ 1.175, feita pela agência CP4 

— Existem dicas sobre lugares onde é possível comprar cupons que podem ser utilizados e locais mais acessíveis para viajar. É possível ir para o exterior mesmo com um orçamento reduzido — afirma Gláucia Tabosa.

Tipos de programas

  • Curso de idiomas – É indicado para quem deseja aprender ou aprimorar uma língua. A modalidade não tem limite de idade. Pode durar, no mínimo, uma semana e, no máximo, dois anos.
  • Ensino médio (high school) – Nessa modalidade, é preciso ter um certo conhecimento de determinado idioma. Um dos fatores considerados para o jovem ser aceito em uma escola fora do Brasil é estar apto para cursar o ensino médio e ter entre 14 e 18 anos. A duração é de, no mínimo, um semestre e, no máximo, um ano.
  • Graduação – O investimento em graduação numa universidade estrangeira é uma opção para estudantes e profissionais que buscam mais espaço no mundo corporativo.
  • Para pessoas com mais de 50 anos – Existem programas de intercâmbio para pessoas acima de 50 anos, que combinam aulas de idioma com atividades culturais e excursões.
  • Programa de Trabalho Voluntário – É uma oportunidade para o desenvolvimento e o crescimento pessoal, além de ser um fator que pode ser agregado ao currículo profissional.
  • Au Pair – Nesse programa, o intercambista faz parte de uma família anfitriã durante um ano e cuida de seus filhos enquanto vive o dia a dia naquele país.
  • Programa de idioma com lazer – Essa modalidade permite aprender uma nova língua enquanto o aluno aproveita o período de férias em outro país.
  • Cursos preparatórios para exames – Prepara o estudante para obter certificados internacionais, tais como IELTS, TOEFL, TOEIC, GRE, GMAT, DELF, DALF e DELE. Cada um desses certificados é ligado diretamente a um tipo de idioma.
  • Programa Cursos Profissionalizantes – O programa permite que o estudante aprimore o idioma, expanda sua rede de relacionamentos global e ganhe uma perspectiva internacional para a carreira. A experiência ainda enriquece o currículo.
  • Especialização Profissional – Essa modalidade ajuda a aprofundar os conhecimentos dos profissionais em sua área de formação. Aqueles que desejam fazer um programa desse tipo devem ter um diploma de graduação.
  • Programas de férias para adolescentes – Essa modalidade é um tipo de introdução ao intercâmbio internacional, que combina aprendizado de idiomas, cultura e lazer para a juventude.

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