Em cerimônia fechada, apresentador foi sepultado em cemitério Israelita de SP
Apresentador foi sepultado ao lado do irmão
Silvio Santos foi enterrado ao lado de um dos cinco irmãos, Leonel Abravanel, morto em 1982 por complicações de um câncer.
O empresário e apresentador Silvio Santos, morto aos 93 anos neste sábado, foi enterrado na manhã deste domingo no Cemitério Israelita do Butantã, na região Oeste da capital paulista. A cerimônia foi fechada ao público, restrita a amigos e parentes, atendendo a um pedido dele. O corpo foi sepultado pouco antes das 9h e o enterro durou cerca de 20 minutos, desde a chegada do caixão.
Além de familiares, como a mulher do apresentador, Íris Abravanel, as filhas, o neto Tiago Abravanel, estiveram presentes no cemitério alguns amigos e funcionários do SBT como o cabeleireiro Jassa, o apresentador Cesar Filho e sua mulher Elaine Mickely. O apresentador Celso Portiolli e o humorista Carlos Alberto de Nóbrega também foram ao enterro.
A filha Daniela Beyruti foi a única que falou rapidamente com a imprensa, de dentro de carro, na saída do enterro. Ela sorriu, acenou e agradeceu os presentes, que desejaram os pêsames e bateram palmas:
— Obrigada, viu. Obrigada. A todos nós, que ele fazia parte de todos nós — afirmou Beyruti.
O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, confirmou ontem que Silvio Santos morreu por broncopneumonia após contrair H1N1. Ele estava internado há 17 dias na unidade de saúde.
Na porta no cemitério, a família Abravanel deixou uma carta para os fãs.
“Colegas de auditório, colegas de uma vida. O que dizer para vocês neste momento? Acredito que muitos de vocês estejam compartilhando da mesma saudade que hoje estamos sentido. Queria dizer para vocês que muitas vezes, ao longo da vida, à medida que nosso pai foi ficando mais velho, ele ia expressando um desejo com relação a sua partida. Ele pediu para, assim que partisse, o levássemos para o cemitério para uma cerimônia judaica. Ele pediu para que não explorássemos sua passagem. Ele gostava de ser celebrado em vida e gostaria de ser lembrado com alegria de viver”.
Entenda o Rito judaico
Na tradição judaica, o enterro do corpo é feito sem ostentação. Segundo a Congregação Israelita Paulista, o objetivo é “frisar a igualdade de todos os seres humanos em sua morada final”. Assim, o enterro ocorre sem ostentação, enfeites ou flores.
Os judeus não cultuam os mortos. Ainda conforme a CIP, os rabinos temiam a tendência humana de cultuar os mortos. Assim, para evitar a idolatria, o local do sepultamento de Moisés é desconhecido.
Não há o costume de exibição do morto em caixão aberto. Pela tradição judaica, a exibição do morto é considerada um “desrespeito ao falecido”, conforme cartilha do Cemitério Israelita de São Paulo. Assim que a morte é constatada, o corpo deve ser coberto por um lençol.
O corpo é sepultado com uma mortalha branca e simples. Outra tradição é a de lavar o corpo antes do enterro. O ritual simboliza a purificação e uma homenagem prestada ao falecido.
Pelo judaísmo, o corpo deve ser sepultado quanto antes. Se possível, o enterro deve ocorrer no mesmo dia da morte. Há exceção para o dia do Shabat, quando não se deve realizar o enterro (o shabat vai do pôr do sol da sexta-feira ao pôr do sol do sábado). Para a tradição judaica, adiar o sepultamento é visto como um desrespeito com o morto, ao acreditarem que a alma só descansa depois que o corpo é enterrado.
Fonte O Globo e UOL