Lílian Knapp morre aos 76 anos após luta contra câncer

A voz doce da Jovem Guarda

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Em carreira solo, a estrela estourou em 1978 com ‘Sou rebelde’, versão feita por ela mesma de hit do pop espanhol.

Morreu neste sábado, 22 de fevereiro, aos 76 anos, a cantora Lílian Knapp, sucesso na jovem guarda em dupla com o cantor Leno. Ela lutava contra um tumor agressivo na pélvis. Marido da artista, o produtor Cadu Nolla chegou a pedir ajuda para custear ao tratamento e a internação, através de uma vaquinha virtual.

No Instagram oficial da cantora, veio a notícia: “É com muito pesar que anunciamos a morte da cantora, compositora e artista Lilian Knapp. Estamos em luto pela nossa maravilhosa cantora. De toda sua equipe de mídia social, fica nosso respeito e carinho. Seu legado vai continuar eterno na música. Lilian vai continuar no nosso coração. Sua estrela ainda brilha entre nós.”

Carioca, Sílvia Lília Barrie Knapp conheceu o potiguar Gileno Osório Wanderley de Azevedo (o Leno) aos 6 anos de idade. Quando ela tinha 15, os dois, que eram vizinhos em Copacabana, começaram a cantar juntos. Em 1965, quando Leno retornou do Nordeste, formaram a dupla Leno e Lílian.

Em 66, eles estouraram com uma composição de Lílian, “Devolva-me”, parceria com Renato Barros, seu ex-namorado e líder do grupo Renato e Seus Blue Caps. No ano de 2000, a canção voltaria a ser sucesso em uma regravação da cantora Adriana Calcanhotto. Leno e Lílian ainda tiveram sucessos como “Pobre menina” e “Eu não sabia que você existia”.

A dupla Leno e Lílian — Foto: Reprodução

Primeira mulher a compor um rock original em português, “O pica pau” (gravado originalmente por Erasmo Carlos), Lílian se destacou também como versionista de canções dos Beatles, como “You´re going to loose that girl (Meu primeiro amor)”, e “You wont see me (Até o fim)”, gravadas por Renato e Seus Blue Caps. Em 1967, ela assinou “Se tu não fosses linda”, versão para a canção italiana “Se tu non fossi bella come sei” lançada por Agnaldo Timóteo, no LP “Obrigado querida”.

Em 1968, com o fim da dupla, Lílian passou a seguir carreira solo. Voltou a se reunir com Leno em 1972 e 1973, quando lançaram mais dois discos pela CBS. Pouco depois, a dupla novamente se separou. Em 1975, ela voltou às paradas de sucesso com “Como se fosse meu irmão”, de sua autoria e de Márcio Augusto, em disco que vendeu 500 mil cópias, e chegou a ser incluída na trilha sonora do longa-metragem “Pixote”, de Hector Babenco.

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Em 1978, porém, viria o maior sucesso de sua carreira solo: “Sou rebelde”, versão sua para “Soy Rebelde”, do espanhol Manuel Alejandro (hit da cantora Jeanette), que vendeu cerca de um milhão de discos no ano seguinte e teve regravações de Paquitas, Chico César, Marisa Orth e a banda Virgulóides.

Ao longo dos anos 1980 e 90, Lílian trabalhou em estúdios como backing vocals para artistas como Gal Costa e compôs para Sandra de Sá, José Augusto, Sandy e Júnior e Zezé di Camargo e Luciano. Em 1995, ela voltou a se reunir a Leno para participar das gravações e shows em homenagem aos 30 anos da Jovem Guarda. No ano seguinte, fez com o parceiro uma grande excursão que percorreu todo o país. Em 2001, lançou o CD “Lílian Knapp”.

O grupo Kynna — Foto: Divulgação

Em 2008, a cantora lançou seu projeto de rock underground Kynna, com o o guitarrista Luis Carlini e o marido Cadu Nolla, na bateria, gravando composições de artistas de rock da época, como Júpiter Maçã, Graforréia Xilarmônica, Bidê ou Balde e Autoramas. O grupo lançou, de forma independente, o álbum “Underground”.

Com a morte de Leno, em dezembro de 2022, Lilian seguiu definitivamente em carreira solo. Em novembro do ano passado, ela fez seu último show na Ed Carnes, churrascaria pertencente a Ed Carlos, outro astro da jovem guarda.

Fonte O Globo

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