Filme brasileiro, O último azul, vence o Urso de Prata no Festival de Berlim

Prêmio é o segundo mais importante do festival

Filme brasileiro ‘O último azul’, com Rodrigo Santoro, levou prêmio no Festival de Berlim — Foto: Fabrizio Bensch/Reuters

O prêmio é o segundo mais importante do festival, concedido pelo grande júri. Filme brasileiro com Rodrigo Santoro também levou dois prêmios paralelos.

O filme brasileiro “O último azul”, dirigido por Gabriel Mascaro, levou o Urso de Prata neste sábado, 22 de fevereiro, no Festival de Cinema de Berlim.

O prêmio concedido pelo grande júri é o segundo mais importante do festival, um dos mais importantes do cinema.

O longa é uma coprodução entre Brasil, México, Chile e Holanda e tem no elenco Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás, Adanilo, Rosa Malagueta, Clarissa Pinheiro e Dimas Mendonça.

A produção brasileira também ganhou o prêmio de melhor filme da competição concedido pelo júri ecumênico, além do prêmio dos leitores do jornal “Berliner Morgenpost”. O Prêmio do Júri Ecumênico (Ecumenical Jury Prize) é concedido ao diretor cujo filme retrata ações que estejam de acordo com os Evangelhos ou que sensibilizaram os espectadores por sua temática espiritual, humana ou social. “Eu venho de um país onde temos enfrentado esses desafios sobre a aceitação de diferentes perspectivas e religiões. Estou muito emocionado em ver todos unidos pelo cinema, pela arte e diversidade. Estou muito feliz por ter conquistado esse prêmio!”, relatou Gabriel. Já o Prêmio do Júri de Leitores do Berliner Morgenpost (Berliner Morgenpost Reader’s Jury Award) é concedido pelos leitores do jornal Berliner Morgenpost, cujo júri é composto por 12 membros, que premiam um dos filmes na competição oficial. Segundo os votantes, “‘O Último Azul’ aborda a idade, a liberdade, a autodeterminação e amizade em um mundo distópico e hostil de um jeito alegre e colorido. Uma joia de esperança.”

“‘O último azul’ fala sobre o direito de sonhar e a crença de que nunca é tarde para achar significado na vida. Muito obrigado”, disse o diretor Gabriel Mascaro, que também dirigiu “Boi Neon” e “Divino Amor”.

Rodrigo Santoro disse que o prêmio reconhece o valor do cinema nacional e ajuda a levá-lo a outros países.

“O Brasil precisa ser descoberto pelo mundo. Nosso país é incrível, temos um potencial absurdo. Ser reconhecido com essa relevância, pelo cinema, tem a ver com o nosso amadurecimento como país”, disse o ator.

“Receber isso aqui é um resgate para nós, artistas brasileiros, da dignidade e da autoestima. A vida presta, como diz a Fernanda Torres”, afirmou Denise Weinberg. “O cinema brasileiro está fazendo um movimento de ir para fora, com muita consciência do que está fazendo.”

Rodrigo Santoro e Denise Weinberg em cena de ‘O último azul’ — Foto: Guilhermo Garza/Desvia

‘O último azul’

Protagonizado por Denise Weinberg, com Rodrigo Santoro, Adanilo e a atriz cubana Miriam Socarrás no elenco, o longa é situado na Amazônia, em um Brasil quase distópico, onde o governo transfere idosos para uma colônia habitacional em que vão “desfrutar” seus últimos anos de vida. Antes de seu exílio compulsório, Tereza (Denise), uma mulher de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo. Ela passou toda a sua vida em uma pequena cidade industrializada na Amazônia, até que um dia recebe uma ordem oficial do governo para se mudar para uma colônia de idosos. Teresa se recusa a aceitar esse destino imposto e, em vez disso, embarca em uma jornada transformadora pelos rios e afluentes do Amazonas para realizar um último desejo antes que sua liberdade seja tirada.

Uma aventura sobre resistência e amadurecimento ao longo dos rios da Amazônia, “O Último Azul” tem previsão para chegar aos cinemas brasileiros ainda em 2025.

– ‘O ‘Último Azul’ fala sobre o direito de sonhar e a crença de que nunca é tarde para achar significado na vida. Disse o diretor Gabriel Mascaro, ao receber o troféu.

Fonte O Globo

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