Operação contra o jogo do bicho detém 50 pessoas ligadas ao contraventor Rogério de Andrade
Ação foi deflagrada pelo MPRJ.
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Ação deflagrada pelo MPRJ mira pontos explorados pelo bicheiro na Zona Oeste e no Centro do Rio.
O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) realiza, nesta sexta-feira, 21 de fevereiro, a Operação Safari, para fechar pontos de jogo de bicho no Rio, controlados pela organização criminosa chefiada pelo contraventor Rogério de Andrade. A ação conta com apoio de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ e de policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE).
Cerca de 50 pessoas já foram detidas e foram levadas para a Cidade da Polícia. Todas seriam ligadas a Rogério de Andrade, de acordo com a investigação. O objetivo da ação é mapear as atividades do grupo criminoso e seguir o rastro do dinheiro do jogo do bicho O contraventor Rogério de Andrade é patrono da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
Na operação, foram apreendidos telefones celulares, listas com resultados do jogo do bicho e maquininhas usadas para o processamento de apostas. Após prestarem depoimentos, serão liberados e vão responder por contravenção penal por associação ao jogo, que prevê penas de 4 a 6 meses de detenção .
O contraventor está preso desde outubro do ano passado, após o Ministério Público do Rio (MPRJ) apresentar uma nova denúncia contra ele pelo homicídio de Fernando Iggnácio, genro de Castor de Andrade. Ele e Iggnácio disputavam o espólio da contravenção de Castor.
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— A operação de hoje teve sua gênese no mapeamento de pontos do bicho pertencentes a Rogério de Andrade, cuja organização criminosa persiste em suas atividades ilícitas(mesmo depois da prisão) . A ação estratégica permitirá seguirmos o rastro do dinheiro do bicho — disse a a promotora de Justiça Letícia Emile, coordenadora do GAECO/MPRJ, por meio de sua assessoria.
Entenda o caso
Andrade está detido no Presídio Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Embora o MPRJ tenha denunciado o contraventor pela morte do rival em março de 2021, no ano seguinte, a ação penal contra Rogério de Andrade foi trancada, por maioria, pela Segunda Turma do STF, cujo relator foi o ministro Nunes Marques. A maioria entendeu que faltavam provas que demonstrassem seu envolvimento no crime. No entanto, a decisão da Corte estabeleceu que, caso surgissem novas provas e fundamentação, caberia uma nova denúncia.
Foi exatamente o que ocorreu em outubro do ano passado. O Gaeco apresentou novas evidências em uma segunda denúncia contra o bicheiro, embora a defesa conteste. O contraventor recorre da decisão desfavorável em instâncias superiores.
Fonte O Globo