Vitória sobre top 10 faz João Fonseca ser um dos adversários mais temidos do Australian Open

Tenista brasileiro tem apenas 18 anos 

João Fonseca superou russo Andrey Rublev por 3 sets a 0 na primeira rodada do Australian Open — Foto: WILLIAM WEST / AFP

 O tenista brasileiro conquistou primeiro triunfo em chave principal de Grand Slam ao superar russo Andrey Rublev, nono do ranking, sem perder sets.

Não é exagero dizer que João Fonseca já deixou de ser uma promessa do tênis. A cada semana que passa, o brasileiro de apenas 18 anos prova, com talento e frieza dentro de quadra, que a expectativa e euforia sobre o seu futuro estão longe de ser em vão. A vitória por 3 sets a 0 (7/6, 6/3 e 7/6) sobre Andrey Rublev, nono do ranking, nesta terça-feira, logo no primeiro jogo em uma chave principal de Grand Slam, escancarou o potencial e a precocidade de um talento raro. Por incrível que pareça, a sensação de momento é que ele ainda pode e deve aprontar muito mais no Australian Open de 2025.

Com até então 13 vitórias seguidas e dois títulos consecutivos (Next Gen Finals e Challenger de Camberra), a chance de João surpreender no confronto passou a existir, só que, em uma visão pragmática, parecia se tratar de mais empolgação do que uma possível realidade. Tecnicamente, quase não havia dúvidas que ele teria condições de “machucar” Rublev, que, por ser top 10, estava mil vezes mais acostumado a jogar melhor de cinco sets em uma quadra grande.

Um aspescto que poderia pesar contra o brasileiro era justamente a questão física, mas o triunfo sem perder sets em 2h26 de partida mostrou um tenista que, surpreendentemente, não baixou o nível em quase nenhum ponto. O nervosismo de um Grand Slam também sequer entrou como critério para avaliar o desempenho irretocável dele. Exemplo disso é que João salvou o único break point do primeiro set de forma milagrosa quando estava 4/3 a favor de Rublev, o que mudaria provavelmente os rumos do confronto.

Reprodução Google

Quando se pensava que João poderia estremecer emocionalmente no tie-break da primeira parcial, o jovem talento cresceu no momento decisivo com um placar de 7 a 1. Além de toda técnica envolvida em golpes de direita e esquerda extremamente díficeis, impressiona a tranquiliade que passa em situações adversas ou quando a pressão de confirmar um game ou set está em cima dele. Treinado por Guilherme Teixeira, o brasileiro deu a sensação de que estava convicto que sairia como vencedor da quadra.

Depois de um primeiro set apertado, até seria natural se João caísse de rendimento no começo do segundo. Mas foi Rublev que não aguentou a trocação de bolas pesadas e “jogou praticamente a toalha” com um placar adverso de 4/1. As poucas chances de reviravolta do russo foram aniquiladas com aces, paralelas e voleios do brasileiro, que fez seu adversário ficar irritado e sem saída ao “acusar o golpe” diversas vezes.

No terceiro set, João teve seu saque quebrado pela primeira vez no jogo, porém, a serenidade seguiu igual para quebrar Rublev logo no game seguinte. Em um duelo mais parelho, a decisão do confronto foi mais uma vez ao tie-break, em que a frieza do brasileiro foi diferencial para fechar no detalhe o jogo e, de quebra, conquistar a primeira de muitas vitórias em uma chave principal de Grand Slam.

Agora com 14 triunfos consecutivos, incluindo a eliminação de um top 10, e sem perder sets em nove partidas seguidas, o embalado João, que tem como próximo adversário o italiano Lorenzo Sonego, número 55 do mundo, se coloca em um patamar de respeito dentro do circuito. Não à toa pode-se dizer que as apresentações recentes do brasileiro já viraram motivo de ser temido por futuros oponentes. Seja quem estiver do outro lado da quadra, o talento e a coragem do tenista de apenas 18 anos prometem mais estragos e surpresas no Australian Open. Afinal, a realidade já bateu na porta.

Fonte O Globo

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