Campanha de combate ao fumo alerta para riscos em grávidas e bebês

Motivação é proteger gerações presentes e futuras

Imagem site do Instituto Nacional de Câncer – INCA

Com o mote “Tabagismo: os danos para a gestante e para o bebê”, a campanha alerta para os diversos malefícios, tanto para a gestante quanto para o bebê, e para as sérias consequências do fumo, como: parto prematuro, nascer com baixo peso, malformações congênitas e síndrome da morte súbita ao nascer.

A campanha do Dia Nacional de Combate ao Fumo 2024 tem como tema “Tabagismo: os danos para a gestante e para o bebê”.

O tabagismo é uma grave ameaça à saúde global, matando mais de 8 milhões de pessoas por ano, 1,3 milhão devido ao tabagismo passivo. Para proteger as gerações presentes e as futuras, e garantir o declínio contínuo do tabagismo, o Dia Nacional de Combate ao Fumo 2024 tem como foco a proteção das gestantes e das crianças contra os malefícios do tabagismo e do tabagismo passivo.

A fumaça do tabaco contém mais de 7 mil compostos e substâncias químicas e estudos indicam que, no mínimo, 69 delas provocam câncer. A importância do tema escolhido está em assegurar o direito à saúde de crianças, adolescentes, jovens, mulheres e gestantes, assim como da população em geral, em consonância com o compromisso que o Brasil assumiu ao ratificar a Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco.

Monitorar o uso de tabaco durante a gravidez é fundamental para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para as próximas gerações.

O tabagismo apresenta várias ameaças à saúde, pois afeta negativamente o feto e a mãe que fuma durante a gravidez; além de recém-nascidos, crianças, adolescentes e jovens que convivam no mesmo ambiente, expostos ao fumo passivo, aumentando a probabilidade de iniciação ao tabagismo.

A cessação do tabagismo em qualquer momento da gestação é benéfica para o feto e a gestante. Muitas mulheres poderão estar motivadas a parar de fumar durante a gestação. Os profissionais de saúde devem aproveitar essa motivação, principalmente nas consultas de pré-natal, para reforçar o conhecimento de que a cessação do tabagismo irá reduzir os riscos à sua saúde e à do feto.

Segundo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo (2020), para as gestantes e nutrizes, é indicado o aconselhamento estruturado, sem utilizar nenhum tratamento medicamentoso.

Imagem site do Instituto Nacional de Câncer – INCA

O tabagismo e a saúde da mulher

No Brasil, dados recentes, oriundos de pesquisas nacionais conduzidas com adolescentes brasileiros, levantaram um sinal de alerta sobre o aumento da iniciação ao tabagismo, principalmente entre as meninas.

Segundo a OMS, em 2020, 22,3% da população mundial era consumidora de tabaco e seus derivados, e destes, 7,8% eram mulheres. Elas, junto com os jovens, também são alvo das estratégias de marketing da indústria do tabaco a fim de substituir os atuais fumantes consumidores que têm um risco aumentado de adoecer e morrer prematuramente devido às doenças causadas pelo uso do tabaco quando comparados aos não fumantes.

 Somam-se a essa ameaça imposta pela indústria da nicotina, a problemática dos dispositivos eletrônicos para fumar com sabores e aromas suaves, principalmente para agradar a mulheres e jovens, que visam a diminuir o gosto amargo do tabaco e passar a impressão de que o produto causa menos mal do que os cigarros convencionais. No entanto, tais dispositivos causam muitos danos à saúde, como: envenenamentos, convulsões, dependência de nicotina, síndrome respiratória aguda grave – Evali, doença cardiovascular, acidente vascular cerebral, disfunção metabólica, doenças respiratórias, exacerbação da asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema), doença bucal, traumas e queimaduras (causadas por explosões), entre outros.

Outro aspecto importante a ser observado é o fato de que, com base em pesquisas realizadas em países de baixa e média rendas, as mulheres têm maior probabilidade de serem afetadas pelo fardo de cuidar de membros da família com doenças relacionadas ao tabagismo, e o gasto com produtos de tabaco interferem diretamente no poder de compra para itens da alimentação, saúde e educação, o que afeta negativamente a qualidade de vida.

Para as mulheres gestantes, o consumo do tabaco causa diversos malefícios, tanto para ela quanto para o bebê, e pode ter sérias consequências, como: parto prematuro, nascer com baixo peso, malformações congênitas e síndrome da morte súbita ao nascer.

As consultas pré-natais visam assegurar o desenvolvimento saudável da gestação, permitindo um parto com menores riscos para a mãe e o bebê. Essas visitas proporcionam oportunidades para que sejam dispensados alguns minutos sobre o tema tabagismo e suas consequências, e, assim, realizar intervenções para interrupção do comportamento de fumar. O recém-nascido de uma mulher que não para de fumar durante a gravidez e/ou na amamentação, provavelmente irá crescer em um ambiente de maior aceitação social do comportamento de fumar e maior probabilidade de iniciação ao tabagismo na adolescência.

Embora hoje haja bastante evidências sobre os danos do tabagismo para saúde da gestante e do bebê, vale a pena recordar que, antigamente, uma das estratégias da indústria do tabaco era vender o cigarro como aliado da gestante. Tal imaginário pode ser manter entre alguns públicos.

São muitos os aspectos que envolvem o uso do tabaco por mulheres que se configuram como desafios para a saúde pública, exigindo medidas diversas que passam necessariamente por uma construção social compartilhada de conhecimentos, atuação intersetorial integrada e habilidades para o enfrentamento do problema.

Fonte gov.br/inca

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *