Relembre os personagens mais marcantes criados por Ziraldo

Da turma do Pererê ao Menino Maluquinho

Reprodução Google

Ilustrador, que morreu neste sábado, 6 de abril, criou obras que ficaram gravadas no imaginário dos mais jovens.

Do Menino Maluquinho ao Pererê, de Flicts ao Bichinho da Maçã, Ziraldo criou obras que ganharam o coração dos leitores com páginas recheadas de traquinagens infantis e sentimentos conhecidos por todos, como a perda e a rejeição por ser diferente.

Com a publicação do livro “Flicts”, em 1969, Ziraldo comprovou que sabia, como poucos, contar histórias para crianças. Histórias que tratavam do vasto universo infantil, das travessuras às dores do crescimento, com todo respeito e importância que os pequenos leitores mereciam.

Embora tenha feito grande sucesso com personagens criados para leitores adultos, como a espalhafatosa Supermãe e Jeremias, o Bom, lançado também em 1969 e no qual fazia divertidas críticas aos costumes e à ditadura — no auge do regime militar —, Ziraldo se imortalizou como o pai do Menino Maluquinho e de muitas outras adoráveis criaturas e obras inesquecíveis.

Capa do Livro Comemorativo do Menino Maluquinho, mais famoso personagem de Ziraldo — Foto: Divulgação

O Menino Maluquinho

“Era uma vez um menino que tinha o olho maior que a barriga, fogo no rabo e vento nos pés”. Assim era descrito “O Menino Maluquinho”, personagem mais famoso de Ziraldo, lembrado por diversas gerações e que surgiu em série de quadrinhos criada pelo cartunista em 1980. A panela na cabeça era o símbolo do moleque alegre, boa praça, que adorava se aventurar em brincadeira com os amigos. Além de séries e peças de teatro, o personagem foi levado para o cinema em duas oportunidades: em 1995 e em 1997, interpretado por Samuel Costa. O “maluquinho” virou até tema de disco, uma coletânea de faixas interpretadas por nomes como Herbert Vianna, Paulo Ricardo, Sandy & Júnior e Guilherme Arantes.

Turma do Pererê

Publicadas inicialmente na revista “O Cruzeiro”, em 1959, as histórias da Turma do Pererê ganharam edição própria logo depois, em 1960, tornando-se a primeira brasileira de comics. Ziraldo disse que teve no “Sítio do Pica-pau Amarelo”, de Monteiro Lobato, uma inspiração para a criação dos personagens, como o protagonista, um Saci, o indiozinho Tininim, seu melhor amigo, e Galileu, uma onça branca com manchas marrons. A turma ganhou série exibida na TVE Brasil e na TV Cultura, entre 2002 e 2004. Pererê, o personagem principal, foi interpretado pelo ator Silvio Guindane.

Flicts

Capa do livro “Flicts”, de Ziraldo — Foto: Divulgação

Lançado em 1969, “Flicts” foi o primeiro livro infantil de Ziraldo. A história lida diretamente com o tema da rejeição, tão comum a todos, e é contada a partir de um personagem da cor bege, que se sente excluído por não fazer parte das cores mais expressivas, como as que compõem o arco-íris. Sensível, o fim da história revela que “de perto, de pertinho, a Lua é flicts”. O livro inspirou diversas montagens teatrais e em 2019 ganhou uma edição comemorativa dos 50 anos.

Bichinho da Maçã

O Bichinho da Maçã — Divulgação

Ziraldo contava que o livro foi um pedido de uma professora que observou seus alunos entusiasmados com as piadas publicadas no “Pasquim”. Ela teria pedido ao cartunista: “não dá pra contar umas piadinhas mais inocentes?”. Assim nascia o livrinho de anedotas para crianças contadas pelo divertido Bichinho da Maçã.

Menina Nina

Menina Nina — Divulgação

Considerado um dos livros mais sensíveis de Ziraldo, “Menina Nina: duas razões para não chorar” usa a poesia para falar com as crianças sobre assuntos delicados, como a morte, em uma linguagem simples e comovente. Na obra, publicada em 2002, o escritor fala da morte da mulher Vilma, em 2000, para a neta preferida dela, Nina.

Professora Maluquinha

Capa do livro “As aventuras da Professora Maluquinha” — Foto: Reprodução Instituto Ziraldo

Publicado em 1995, “Uma professora muito maluquinha” fala de Catarina, uma educadora com métodos não muito convencionais que conquista seus alunos ao embarcar e incentivar as brincadeiras deles. Letícia Sabatella deu vida à personagem nos cinemas em 1996, e Paolla de Oliveira repetiu o feito em remake da obra de 2010.

Fonte O Globo

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