‘Estava bastante irritado’, diz comandante do Bope sobre comportamento do sequestrador da Novo Rio

Sequestro aconteceu na terça,12

Ônibus com passageiros reféns na Rodoviária Novo Rio — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo

Paulo Sérgio Lima, de 29 anos, foi preso por manter 16 reféns e ferir duas pessoas em coletivo de viagem no Rio.

O comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel Uirá do Nascimento Ferreira, afirmou, nesta quarta-feira, que a negociação com Paulo Sérgio de Lima, de 29 anos, foi tensa. O homem sequestrou um ônibus de viagem na Rodoviária do Rio, na região central do Rio, onde manteve reféns durante cerca de três horas. De acordo com o oficial, o criminoso estava “bastante irritado” e se recusava a fazer contato com a equipe de policiais. Paulo se rendeu após as negociações. Duas pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave.

— Com cuidado, com toda a tranquilidade, à medida que a gente ia ganhando mais tempo, mais consistência, a gente ia ganhando na ocorrência — disse o coronel Uirá, em entrevista ao Bom Dia Rio.

De acordo com o tenente-coronel, o contato com Paulo foi feito porta aberta do ônibus, com uso de um megafone:

— O policial tentava buscar o contato. Foi difícil porque (o criminosos) estava no segundo andar do ônibus. Depois veio para o primeiro. Conseguimos criar um canal de comunicação e chegamos ao nosso objetivo, que era salvar todas as vidas.

O oficial afirmou ainda que Paulo Sérgio não fez exigências.

— Mas estava irritado. Contamos, nessa ação, com o apoio de nossa psicóloga, que traçou o perfil (do bandido) e a gente viu uma forma de atuar. Foi um trabalho minucioso. Daqueles policiais que ali estavam, alguns têm mais de 20 anos somente nessa atividade — disse.

Segundo ele, o pedido para que a Imprensa não fizesse imagens do ônibus foi para não dar detalhes da movimentação dos PMs no local:

— A ocorrência estava toda ao vivo e aquilo dificultou bastante a nossa ação. Os atiradores tomavam algumas posições, a própria equipe tática precisava tomar algumas posições e ele poderia estar ali acompanhando e vendo. Nós trouxemos um ônibus com as mesmas características e as equipes táticas estavam treinando as equipes reservas naquele ônibus. Qualquer movimentação poderia comprometer o resultado final da ocorrência.

Uirá citou ainda que a rendição de Paulo Sérgio ocorreu com a garantia da preservação de sua vida.

— A gente garantiu: você vai se entregar e você vai ser levado à Justiça, à delegacia da Polícia Civil para você prestar seus esclarecimentos — disse.

Sobre o policial à frente da ocorrência, o tenente-coronel o descreveu como um agente com “dezenas de ocorrências”, que fez o curso para a função após ser baleado durante uma ação:

— Esse policial foi ferido em combate, perdeu uma das vistas, e ele hoje é um negociador do Bope. É um policial perfeito, um policial fantástico.

Fonte EXTRA

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