Botafogo perde para o Defensa y Justicia e é eliminado da Sul-Americana
Com dois gols de Nico Fernández, alvinegro foi derrotado por 2 a 1
Não se pode dizer, de jeito nenhum, que a eliminação do Botafogo na Sul-Americana após a derrota por 2 a 1 para o Defensa y Justicia, em Buenos Aires, é injusta. Afinal, embora tenha ido até às quartas de final, o alvinegro passou longe de apresentar um bom e consistente desempenho no torneio internacional.
Completamente focado no Brasileirão, o Botafogo levou à campo, durante toda Sul-Americana, times desconcentrados e instáveis. Em reflexo à isso, sofreu três gols bobos e evitáveis ao longo do confronto contra o time argentino: primeiro na falha de Gatito Fernández no Rio, depois com as duas cabeçadas de Nico Fernández, no auge dos seus 1,65m.
— Acho que abordamos mal o jogo, entramos mole. Essa é a verdade. Sabíamos que seria um jogo difícil. O time não entrou tão forte como de costume. Obviamente fazia tempo que não perdíamos, mas encaramos cada jogo como diferente, novo. Perdemos esse, mas temos outro logo no final de semana. É encarar esse jogo como uma final, como todos daqui para frente — disse o capitão Marçal.
Assim, o Botafogo deixa a competição com a sensação de que poderia ter entregue muito mais. Por outro lado, nada indica que a eliminação causará alguma dor duradoura. Afinal, o time lidera o Brasileirão com 11 pontos de vantagem e tem no próximo sábado, contra o Flamengo, uma grande oportunidade para já dar a volta por cima e seguir a histórica trajetória que tem construído no campeonato de pontos corridos.
Alvinegro joga mal
Por mais que tenha sido derrotado ontem, o fato é que a eliminação do Botafogo foi construída no empate em 1 a 1 no Nilton Santos na semana passada, quando o time não jogou mal, mas não conseguiu sair com a vitória.
Para piorar, aos 15 minutos de jogo na Argentina, Di Placido falhou duas vezes dentro da área e, na última delas, permitiu que Togni desse passe açucarado para o artilheiro Nico Fernández abrir o placar para o Defensa y Justicia.
Embora ainda sem inspiração, o Botafogo apresentou leve melhora após sofrer o gol. Com a vantagem, os donos da casa permitiram que o alvinegro tivesse a bola numa tentativa de atrair o time para contra atacar. Assim, a equipe treinada por Bruno Lage colocou a bola no chão e criou algumas oportunidades, principalmente pelo lado esquerdo.
Foi ali que nasceu o gol do Botafogo. Depois de tabela de Luis Henrique com Lucas Fernandes, a bola chegou até Marlon Freitas no meio, que abriu o jogo para Tchê Tchê. O camisa 6 avançou bem e sofreu falta na entrada da área. Na cobrança, Lucas Fernandes finalizou na trave, a bola bateu nas costas de Bologna e passou a linha. O empate só foi assinalado após auxílio do VAR.
Mas a igualdade no placar não foi o bastante para fazer o alvinegro desempenhar bem no segundo tempo. Além disso, Bruno Lage fez três alterações nos primeiros 15 minutos que pioraram o desempenho do Botafogo em campo, tanto na questão ofensiva como defensiva, principalmente com as saídas de Danilo Barbosa e Marlon Freitas para as entradas de Segovinha e Gabriel Pires.
Isto é porque, numa tentativa de dar mais qualidade ao time com a bola e torná-lo um pouco mais ofensivo, Lage sacou os dois homens que sustentavam a marcação no meio-campo e deixavam-o mais físico. Assim, além de não conseguir manter a posse da bola, o Botafogo começou a ser bastante pressionado.
Aos 27 minutos, o Defensa y Justicia chegou ao gol. Pelo lado direito da defesa alvinegra, enfraquecido com as entradas do jovem lateral Mateo Ponte, de apenas 20 anos e que somava apenas 21 minutos pelo Botafogo, e Segovinha, o time argentino construiu a jogada e cruzou até a bola chegar no centroavante Nico Fernández. Mesmo com apenas 1,65m, o artilheiro marcou seu segundo gol de cabeça na partida e decretou a vitória de sua equipe.
A derrota em Buenos Aires encerrou a sequência invicta do Botafogo que já durava 19 partidas. Além disso, foi a primeira do time sob o comando de Bruno Lage.
Fonte EXTRA