Bronquiolite: Quais os sintomas e tratamentos

95% dos casos são em crianças menores de 4 anos.

Reprodução Google

A bronquiolite é uma das possíveis consequências de um dos vírus mais ativos nesta época do ano, vírus sincicial respiratório vírus sincicial respiratório (VSR). Ele é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos e crianças pequenas.

Quando acometida por uma bronquiolite, a criança tem uma maior produção de muco nos pulmões e por isso encontra mais dificuldade para a chegada do oxigênio ao sangue.

Karina Pierantozzi Vergani, pneumologista pediátrica pelo instituto da criança do Hospital das Clínicas (HC) da USP, explica que o VSR é responsável por 75% de todos os casos de bronquiolite, principalmente entre os menores de 2 anos. Nessa faixa etária, a mortalidade em decorrência da infecção é maior.

Veja abaixo as principais respostas sobre a doença:

1 – O que é a bronquiolite?

A bronquiolite é uma síndrome respiratória que acomete as vias aéreas. O vírus se multiplica nas células do aparelho respiratório superior (nariz, faringe e laringe).

O infectologista Alexandre Naime Barbosa explica que ela é a infecção com inflamação dos bronquíolos, que são uma ramificação dos brônquios, que por sua vez é uma ramificação da traqueia (a continuação da laringe).

“Você respira o ar, que passa pela boca, pela garganta, vai para a laringe, faringe e depois para os brônquios e bronquíolos. O VSR inflama desde o nariz até os bronquíolos. Quando inflama, junta muita secreção, gerando o famoso chiado no peito”, explica o infectologista Alexandre Naime Barbosa.

Karina, pneumologista pediátrica, explica que o muco se instala nos brônquios e impede a chegada de ar nos alvéolos pulmonares, local onde ocorre as trocas gasosas.

 Foto: Arte g1/Kayan Albertin

2 – Sintomas

Nos primeiros dias após a infecção pelo vírus VSR é os sintomas mais comuns são febre e coriza.

Depois de 4 ou 5 dias, evolui para sintomas nas vias aéreas inferiores, provocando chiado, tosse, cansaço, falta de ar.

— Karina Pierantozzi Vergani, pediatra e pneumologista infantil

“Na criança, como a via aérea é menor, mais estreita, a passagem de ar prejudicada leva a uma maior quantidade de sintomas”, diz Karina.

Entre eles está a tosse, que causa desidratação e pode ser tão intensa que, em alguns casos, é comum ocorrer vômito.

Por isso, acaba sendo recorrente o uso de hidratação intravenosa para ajudar na recuperação da criança, que fica sem apetite.

3 – Tratamento

A bronquiolite é tratada conforme os sintomas aparecem. “Em caso de febre, a criança vai ser tratada com antitérmico, para a coriza é recomendado fazer lavagem nasal e se evoluir para um quadro de via area inferior precisa ver a necessidade de hospitalização, dependendo da idade e comorbidade”, explica a pneumologista pediátrica.

Reprodução G1

Antibióticos e corticoides só são prescritos quando há outra infecção associada, o que acontece com frequência. No entanto, somente um profissional qualificado pode avaliar cada caso e indicar o melhor tratamento.

4 – Quando é preciso ir ao hospital?

A falta de ar pode ser difícil de identificar em bebês, mas é um sinal de alerta que indica que é preciso procurar um hospital com rapidez, pois o quadro pode piorar muito rapidamente. A dificuldade para respirar pode ser identificada quando:

  • o tórax afunda e a barriga dilata quando a criança respira;
  • as laterais do nariz se mexem devido ao grande esforço para inspirar o ar;
  • a fúrcula (osso da parte da frente do pescoço) afunda visivelmente em cada respiração.

Em crianças ainda amamentadas e menores de dois anos a doença se torna mais agressiva.

5 – Prevenção

De acordo com a pediatra, a melhor forma de prevenção é a lavagem das mãos, o uso de álcool em gel e deixar os ambientes ventilados. Como o vírus fica nas secreções das vias aéreas do paciente infectado, a lavagem nasal também é recomendada.

Apesar de ainda não existir uma vacina para ele, em 30% dos casos de bronquiolite há uma outra infecção associada, em geral por influenza A ou B, h1n1, metapneumovírus ou rinovírus. Ou seja, é de suma importância a vacinação contra a gripe.

A médica ainda ressalta que as crianças doentes não devem ser levadas para a escola porque a chance de contaminar os amigos é muito grande.

“A mesma coisa com adultos. Não devemos ir para o trabalho presencialmente se tiver sintomas respiratórios. Se for algo que você não consegue deixar de fazer, vá de máscara, use álcool em gel e deixe o ambiente de trabalho aberto”, recomenda.

No início de maio, os casos de infecção pelo vírus superaram as infecções por Covid-19 no Brasil. Somente neste ano, 95% dos casos de VSR são em crianças de 0 a 4 anos.

Fonte G1

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