Marido suspeito de ser mandante de matar grávida foi preso

Polícia disse que ele tentou apagar histórico do celular

O crime que aconteceu na quinta-feira, 2 de março, em Campos dos Goytacazes causou grande comoção em toda região do interior do Estado do Rio de Janeiro. A vítima Letycia Peixoto Fonseca, 31 anos, estava gravida de oito meses (bebê não resistiu após a cirurgia de emergência para tentar sava-lo) e foi assassinada na porta da casa dos seus pais, quando voltava de um passeio com sua tia portadora de sindrome de down. Ela teve cinco perfurações. Uma na mão esquerda, uma no rosto, duas no torax e uma no ombro. Sua mãe também foi baleada e sofreu uma perfuração na perna esquerda.

Marido foi preso na terça-feira,7

Foto: Reprodução Google

O professor Diogo Viola de Nadai, preso nesta terça-feira suspeito de ser o mandante e autor intelectual da engenheira Letycia Peixoto Fonseca, grávida de oito meses alvo de tiros em Campos, tentou apagar o histórico do seu celular no dia do crime. Segundo a investigação da Polícia Civil, ele realizou no dia 2 de março buscas de “como resetar um Iphone” e “como limpar o icloud “. A descoberta foi um dos motivos pelos quais a 134ª DP (Campos) pediu a prisão temporária do professor. A Informação é do site O Globo. 

“Desde 2015 até hoje, Diogo está com as duas mulheres. Até que Letycia/vítima engravidou. A gestação foi evoluindo até que ela chegou aos oito meses. Aproximava-se o momento da decisão. O filho estava próximo de nascer. Chegou um momento crucial de Diogo decidir o que fazer da vida dele, até que decidiu matar uma das duas e optou por matar a Letycia, eliminando seu grande problema. Não havendo mais uma das duas mulheres, o relacionamento com a outra estava solucionado. Diogo tentou apagar todo seu Iphone e Icloud, conforme histórico de pesquisa. Se ele não fosse o mandante do crime não haveria nenhum motivo para fazer isso logo após a execução”, escreveu a delegada Natália Brito Patrão ao pedir a prisão temporária do professor.

Pedido de empréstimo antes do crime

Diogo Viola teria pedido à companheira, horas antes do crime, fazer um empréstimo de R$ 16 mil para pagar dívidas de sua loja. A informação foi dada por Cintia Pessanha Peixoto Fonseca, mãe de Letycia Peixoto Fonseca, na delegacia e foi uma das informações usadas pelo Tribunal de Justiça para decretar a prisão temporária do professor. Diogo é apontado pelo inquérito da Polícia Civil como autor intelectual e mandante do homicídio da companheira.

“A declarante (mãe de Letycia) se recorda que no dia do crime, ou seja, dia 02/03/2023, na hora do almoço, a LETYCIA comentou que o DIOGO pediu para que ela fizesse um empréstimo no valor de R$ 16.000,00 em nome dela, para que ele pudesse pagar as dívidas, mas ela negou, então ele disse que iria conseguir com um amigo. (…) Que a declarante sempre achou que o DIOGO agia com falsidade nas atitudes relacionas à gravidez”, diz trecho da decisão do juíz Adones Henrique Silva Ambrosio Vieira.

No ano passado, Diogo participou do campeonato brasileiro de pôquer (o BSOP), em São Paulo. Na ocasião, a página de notícias do site oficial do evento destacou a participação de Diogo, já que, na categoria em que disputou, “ninguém juntou mais fichas” do que ele. A matéria, de novembro de 2022, destaca que, de 160 inscritos, apenas 15 sobreviveram àquela etapa do torneio, inclusive o professor. Na mesa final, ele figurou na sexta colocação.

Boletos em atraso

Ao decretar a prisão do professor Diogo Viola, o magistrado entendeu que o crime investigado tem características de ser passional. Ele também teria tentado apagar o histórico dele no celular e na nuvem no dia do crime. O juiz Adones Henrique Silva Ambrosio Vieira ainda determinou que o professor seja novamente ouvido e a quebra do sigilo telefônico dele.

“Sendo, supostamente, o autor intelectual e mandante do homicídio, DIOGO demonstra elevado grau de periculosidade, além de ostentar poder de interferência direta nas investigações, inclusive por seu poder aquisitivo e posição como empresário nesta Comarca (Campos)”, escreveu Ambrosio.

No depoimento, Cintia contou à polícia que Diogo deixava em cima da mesa de casa boletos atrasados de sua loja e ia dormir. O fato incomodaria a filha Letycia que, nas palavras da mãe, “achava aquilo um absurdo”. A mãe, que também foi vítima dos atiradores na noite do crime, revelou sempre achar que o professor “agia com falsidade nas atitudes relacionas à gravidez” e ele não teria comprado nenhum item para o bebê.

A delegada responsável pela investigação, Natália Patrão, informou que todos os envolvidos no crime foram presos: mandante, condutor da moto, atirador, proprietário da moto e interlocutor. Ela disse, no entanto, que o caso não é considerado totalmente esclarecido, já que a Polícia Civil ainda trabalha na análise de dados coletados durante as diligências. “Cada um dos presos contribuiu um pouco, em uma divisão de tarefas, para o crime”, disse a delegada. A investigação continua com análise de inteligência de toda a quebra de dados que, segundo ela, seria a “parte mais complexa”.  Acompanhada do comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, Coronel Cruz, e de representante da Polícia Rodoviária Federal, ela ressaltou a importância da união das forças de segurança para o sucesso na resolução do crime.

Fonte: O Globo e Jornal TerceiraVia

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