Suspeita de financiar atos antidemocráticos se entrega em Campos dos Goytacazes

A suspeita compareceu à Delegacia acompanhada da sua defesa

Foto: Reprodução G1

Uma mulher de 48 anos, identificada como Elizângela Cunha Pimentel Braga, se entregou à Polícia Federal, em Campos, na noite desta segunda-feira (16), após uma operação contra suspeitos de organizar e financiar atos antidemocráticos em Brasília.

Ela compareceu à delegacia acompanhada da defesa. Segundo as investigações, a mulher, que é da cidade de Itaperuna, recebeu doações que foram repassadas para os moradores de Campos que estavam acampados em Brasília. 

A Polícia Federal tenta descobrir quem estava nos ônibus e vans. Para isso, as equipes vão analisar celulares, computadores e anotações colhidas na casa da Elizângela durante a Operação Ulysses.

Elizangela Braga também aparece como responsável por uma página na rede social Tik Tok, em que apoia o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um dos post, ela afirma que a página está “emprestada” para o ex-presidente durante o período eleitoral. 

Ontem , 16 de janeiro, a Polícia Federal (PF) cumpriu dois mandados de prisão durante a operação Ulysses. Pela manhã, o subtenente do Corpo de Bombeiros, Roberto de Souza, de 52 anos, lotado em Guarus, foi preso dentro da própria residência, suspeito de organizar e financiar os atos terroristas no Distrito Federal, no último dia 8 de janeiro. O mesmo foi candidato a deputado federal em 2018 pelo Patriota, partido de base do governo de Jair Bolsonaro (PL). 

Em nota, o Corpo de Bombeiros confirmou a prisão e disse que Roberto foi encaminhado ao Grupamento Especial Prisional da corporação.

“O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro repudia veementemente quaisquer atos que ameacem o Estado democrático de Direito. Será instaurado, ainda hoje, um Inquérito Policial Militar para apurar a participação do bombeiro da corporação em ataques contra o patrimônio público”, afirmou o coronel Leandro Monteiro, comandante da corporação.

Durante a tarde, os agentes prenderam Carlos Victor de Souza, mais conhecido como CVC, que se apresenta em suas redes sociais como o líder da Associação Direita Campos. 

Carlos Carvalho foi candidato a vereador em Campos dos Goytacazes em 2020, pelo Republicanos. Ele teve 2.292 votos, mas não foi eleito. Em sua página no Instagram, ele aparece fazendo o gesto de “arminha” com as mãos, característico dos apoiadores do ex-presidente, e se apresenta como cristão, conservador, anticomunista e conta o aborto.

Arrecadava dinheiro e repassava a vândalos de Brasília, diz investigação

Foto Reprodução G1

Postagens em redes sociais indicam que Elizângela, de 48 anos, pedia doações para bancar o transporte de van e ônibus. Segundo os investigadores, ela foi uma das organizadoras da excursão que levou os terroristas até Brasília.

Agora, a Polícia Federal tenta descobrir quem estava nos ônibus e vans. Para isso, as equipes vão analisar celulares, computadores e anotações colhidas na casa da Elizângela durante a Operação Ulysses.

A operação também apura a participação dos alvos na organização de atos golpistas em frente a quartéis em Campos e de bloqueios de vias em atos antidemocráticos após o 2º turno das eleições na cidade.

Na manhã de segunda, a Polícia Federal prendeu o bombeiro militar do Rio de Janeiro Roberto Henrique de Souza Júnior, de 52 anos. Ele é um dos três alvos de mandados de prisão da operação Ulysses. A PF ainda procura por uma terceira pessoa.

O militar preso foi encaminhado para o Quartel dos Bombeiros de Campos e a mulher que se entregou, para o presídio feminino que também fica na cidade.

A Polícia Federal conseguiu provas de que os três alvos de pedido de prisão financiaram o transporte e a hospedagem de bolsonaristas do Norte Fluminense que foram para Brasília participar dos ataques terroristas aos prédios do Supremo Tribunal Federal ( STF ), Congresso e Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.

Essas pessoas presas são, segundo a PF, lideranças envolvidas nos atos que bloquearam rodovias em Campos dos Goytacazes RJ, no ano passado. Elas já vinham sendo investigadas desde 2022.

Os suspeitos são apontados por associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais.

Na ocasião, terroristas bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o edifício-sede do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os criminosos quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.

No mesmo dia e na segunda , 9 de janeiro, mais de 1,8 mil pessoas foram detidas – e 1,3 mil permaneceram presas.

A PF apura, ainda, atuação de outras pessoas na organização e financiamento dos atentados. Na terça-feira,10 de janeiro, a corporação prendeu Ana Priscila Azevedo, filmada participando dos atos, e que é apontada como uma das organizadoras dos ataques. E, nesta segunda, o subtenente Souza Júnior.

Também foram detidos o ex-secretário de Segurança Pública e ex-ministro da Justiça Anderson Torres, aliado de Bolsonaro (PL), e o ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Fábio Augusto. Ambos foram detidos por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Fonte: G1

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