Policia Civil do ES diz que atirador de Aracruz não tinha alvo específico
A Polícia Civil do Espírito Santo informou hoje, 28 de novembro, que o jovem apontado como o autor dos ataques de duas Escolas em Aracruz, na última sexta-feira (25), não tinha alvos específicos e atirou aleatoriamente. Quatro pessoas morreram e doze ficaram feridas.
Em entrevista coletiva na capital Vitória, o delegado André Jaretta, titular da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Aracruz e responsável pela investigação, disse que o adolescente de 16 anos escolheu as duas escolas como alvos porque elas eram mais próximas de sua casa.
“Na versão apresentada por ele, escolheu aleatoriamente. Como ele acessou a primeira escola pelos fundos, e a primeira sala era a dos professores, foi a sala que ele teve o acesso mais fácil. Todavia, vamos aprofundar ainda mais quanto a isso (…). Não tinha um alvo específico, simplesmente queria praticar o atentado. Atirou aleatoriamente nas pessoas que estavam ali naquele momento”, disse o policial.
O adolescente se aproveitou da ausência dos pais, que haviam saído para fazer compras, para cometer o atentado. Conforme o policial, ele conhecia as duas instituições — em uma já havia estudado e na outra votava nas Eleições.
Crime foi planejado por dois anos. Conforme as autoridades, o jovem alega que teria sido vítima de bullying na escola por parte de alguns colegas e planejava o ato há cerca de dois anos.
“A partir de 2020 ele começa a ele se preparar, a se planejar melhor como executaria essas ações, começa a tornar isso mais próximo do plano real. Aparentemente ele não falava isso com terceiros, guardou para si e foi alimentando esse sentimento de ódio”, explicou Jaretta.
Aos policiais, o adolescente disse que sempre que estava sozinho em casa manuseava as armas, sem o conhecimento dos pais. As armas pertenciam ao pai, que é policial militar.
Os pais contaram à polícia que ele fazia acompanhamento psicológico e psiquiátrico porque era introspectivo, conversava pouco e não tinha uma relação de proximidade com a família ou amigos.
Inicialmente, o jovem negou o crime, mas confessou quando foi confrontado com as informações que já haviam sido colhidas pela polícia. De volta à casa em que a família residia, ele apontou aos policiais onde havia deixado as armas e a roupa usada durante o crime.
Fonte: Notícias Uol